Produtores de leite adotam o Compost Barn para aumentar produtividade

Workshop sobre o assunto será realizado em programação do Interleite Sul no mês de setembro


Construção utilizada nos Estados Unidos desde a década de 1980, o Compost Barn, alojamento para as vacas que tem por objetivo dar conforto aos animais alojados, começou a se popularizar no Brasil desde 2012. Um workshop sobre o assunto será realizado no dia seguinte ao Interleite Sul 2014, que ocorre nos dias 23 e 24 de setembro no Centro de Eventos Gran Palazzo, em Passo Fundo (RS).
O médico veterinário Sandro Viechnieski, gerente e parceiro da Star Milk, propriedade que produz cerca de 6,4 milhões de litros de leite/ano localizada no Oeste do Paraná, será o responsável por ministrar o workshop. Explica que o Compost Barn é uma construção onde a maior diferença para o free stall é o maior espaço por vaca alojada e também a não existência de baias de divisão para o descanso dos animais.
– As camas das vacas são macias, sendo o principal material utilizado para estas camas é a serragem – salienta.
Viechnieski afirma que o auxílio na produção com a construção pode ser alcançada se os animais permanecerem mais tempo deitadas, melhorarem a IMS, diminuírem a incidência de problemas de casco e melhorarem os índices reprodutivos.
– É claro que este é o objetivo de toda a construção que se propõem a aumentar o conforto das vacas e isto faz com que a produção de leite aumente. No Compost Barn isto pode ser alcançado desde que  os critérios corretos de construção sejam seguidos – observa.
O médico veterinário ressalta que atualmente existe uma febre na construção do Compost Barn no Brasil, principalmente pelo fato de existir uma tendência do produtor em achar que é uma construção simples e de baixo custo.
– Este fato não vem se consolidando pois como em qualquer tipo de confinamento existem regras que devem ser seguidas para que o alojamento venha a dar resultados duradouros – reforça.
O diretor executivo da AgriPoint, Marcelo Pereira de Carvalho, lembra também que custo por animal é significativamente mais barato do que o free stall, oferecendo uma alternativa de elevação da produtividade a pequenos produtores, que muitas vezes atingem o limite de produção por área utilizando as pastagens.
– Aumentar a produtividade é essencial em produtores que não têm muita área disponível, como é o caso do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná, onde predominam propriedades familiares de dez, 15 hectares, ou até menos – ressalta.
Carvalho informa que, em visita a essas regiões, notou que muitos produtores verificaram bom desempenho produtivo com o manejo correto de pastagens, aproximando-se do potencial de produção do sistema, mas que esbarram no conforto animal, principalmente no verão.
– Porém, como toda tecnologia, precisa ser bem implementada e mantida, caso contrário os resultados podem ser ruins – complementa.
FONTE: rural BR